O fígado desempenha um papel crucial no organismo do gato, por isso as doenças hepáticas podem ser um risco à saúde deles. Essas doenças comprometem a função e impedem o bom funcionamento do órgão, gerando consequências graves aos bichanos. Por isso, os tutores devem ficar atentos.
De acordo com a médica veterinária especialista em gastroenterologia de cães e gatos, Anna Carolina Rodrigues Santos, as doenças hepáticas são muito comuns na medicina felina. “A anatomia do trato gastrointestinal facilita muito o surgimento de alterações hepáticas. Praticamente 80 a 90% dos gatos não possuem o duto pancreático, acessório que facilita a comunicação entre o intestino, vias biliares (e fígado) e pâncreas, podendo causar a famosa Tríade Felina, uma inflamação nos três órgãos”, explica. Nos gatos, as doenças hepáticas podem estar acompanhadas de alterações intestinais e pancreáticas, ou até mesmo por quadros de anorexia. A boa notícia é que há tratamento e que o diagnóstico precoce auxilia no combate e controle da patologia.
Saber como tratar e reconhecer precocemente sinais das doenças hepáticas são maneiras do tutor ajudar a garantir a saúde e bem-estar do felino. E, claro, a informação é sempre uma aliada do tutor que, ao desconfiar quando algo não vai bem, pode procurar atendimento veterinário o quanto antes.
Qual o papel do fígado dos gatos?
Antes de qualquer coisa, é importante entender a importância do fígado para o organismo dos gatos. O órgão, considerado um dos maiores do corpinho dos bichanos, é fundamental para o funcionamento do organismo, desde a metabolização de nutrientes até a desintoxicação de substâncias nocivas. Por isso, quando o fígado está comprometido, a saúde geral do animal também corre riscos.
Doenças hepáticas mais comuns nos gatos
As doenças hepáticas em gatos são variadas e podem ter diversas causas, incluindo infecções, toxinas, nutrição inadequada, problemas metabólicos e até mesmo fatores genéticos. Os tipos de mais comuns de doença são:
- Lipidose Hepática
- Alterações inflamatórias, como Colangites
- Hepatite Felina
- Hepatopatia tóxica aguda
O tratamento depende da doença e da gravidade dela, mas pode envolver mudanças na dieta do pet, medicamentos e, em casos mais graves, a internação do animal. A doutora Anna cita que suplementos nutracêuticos podem ser aliados também no tratamento. “O que vale lembrar é que o tratamento vai depender da causa de base e não podemos pensar que qualquer aumento de enzimas hepáticas justifiquem o uso crônico de Same, Silimarina ou Vitamina E, por exemplo. Os antioxidantes fazem parte do protocolo, mas sozinhos, a depender do tipo de hepatopatia, não tratam a causa de base”, explica. Por isso, é necessário seguir corretamente o tratamento proposto pelo médico veterinário especificamente para o seu bichano.
Lipidose hepática: o que é e como salvar seu bichano
A Lipidose hepática é uma das doenças que mais afetam os felinos. Ela é caracterizada pelo acúmulo de triglicerídeos (gorduras que servem como reserva de energia) no fígado, causando sobrecarga e comprometimento das funções do órgão.
A doença pode estar ligada a outras comorbidades, como obesidade e diabetes, mas também pode não ter uma causa específica. Animais que ficam sem se alimentar por longos períodos, como mais de 36 horas, têm mais riscos de desenvolvê-la. Por isso, a falta de apetite é um sinal de alerta. Outros sintomas que podem surgir, são: emagrecimento, desidratação, letargia, diarreia, vômitos, e alteração na cor da pele, urina e mucosa. O tratamento para a doença pode variar, mas a veterinária explica que o principal é fazer o pet se alimentar. “O foco é fazer o paciente voltar a se alimentar, onde o mais indicado seria via sonda esofágica. E o uso de nutracêuticos também podem auxiliar”, diz.
A prevenção é basicamente oferecer alimentação completa e balanceada, algo que ajuda a manter o metabolismo saudável. Além disso, é importante evitar excesso de alimentos, incentivar a ingestão de água, a prática de atividades físicas e fazer o acompanhamento com o médico veterinário.
Quais os sintomas de problemas no fígado dos gatos?
Os sinais de doenças hepáticas são variados e podem ser diferentes, dependendo do estágio da patologia. O olhar atento do tutor pode ajudar na detecção de alterações que merecem ser investigadas pelo veterinário. Fique atento aos sintomas:
- Redução no apetite
- Vômitos
- Diarreia
- Perda de peso repentina
- Alterações no comportamento
- Icterícia (coloração amarelada da pele e mucosas)
Caso perceba que seu gato apresenta algum desses sinais, procure o veterinário da sua confiança para realização de exames e diagnóstico do que pode estar acontecendo.
Como prevenir doenças hepáticas nos gatos
Embora nem todas as doenças hepáticas possam ser prevenidas, a médica veterinária Anna Carolina Rodrigues Santos explica que oferecer uma alimentação de boa qualidade e adaptada às necessidades nutricionais no pet pode ajudar a reduzir riscos. Além disso, ela orienta que os tutores fiquem atentos ao apetite dos gatos, pois a falta dele pode ser o único sinal de que o pet não está bem.
O uso de suplementos nutracêuticos também pode auxiliar no melhor funcionamento do organismo e proteção do fígado. É importante que o uso seja acompanhado de orientação de um profissional da medicina veterinária.
Cães também podem ter problemas no fígado
Assim como os gatos, os cães também podem sofrer com doenças que prejudicam o funcionamento e saúde do fígado. Se você tem um cãozinho em casa, vale ficar de olho nele!
A prevenção também pode ser feita adotando uma alimentação nutritiva, personalizada para o pet. Evitar alimentações gordurosas e até mesmo petiscos fora da dieta prescrita pelo veterinário também são formas de reduzir riscos ao fígado do animal. E, claro, o acompanhamento regular do médico veterinário é indispensável.
Alguns fatores como idade, predisposição da raça e intoxicação podem favorecer o surgimento de problemas hepáticos em cães. Os sintomas são semelhantes aos apresentados pelos felinos: perda de apetite, vômitos, diarreia, perda de peso, além de sede em excesso, alteração na cor da urina e das fezes. O diagnóstico nos estágios iniciais é fundamental para a adoção de um tratamento eficaz e combate das hepatopatias. Por isso, procure um veterinário ao notar esses sinais.
Ficou claro o que são as doenças hepáticas e como ajudar seu pet, não é mesmo? Se ainda restaram dúvidas, aproveite para conversar com o veterinário da sua confiança e saber como melhorar a alimentação e preservar o organismo do seu animalzinho.
E já sabe, nós da Fórmula Animal estamos aqui para promover o bem-estar do seu pet e toda a família. Conte com a gente!
FONTES:
Entrevista com a médica veterinária Anna Carolina Rodrigues Santos
Conselho Federal de Medicina Veterinária
